sábado, 6 de junho de 2015

MORTALIDADE INFANTIL

Na década de 50 quando em Três Cachoeiras havia poucas pessoas...Mesmo assim era raro o dia que não se via um enterro de crianças. Naquele tempo os sinos repicavam miudinho. Alguém com dois martelos faziam um repique diferente, então já se sabia que uma criança tinha morrido. De repente o sino começava a repicar novamente e apontava na estrada um grupo de meninos e meninas conduzindo o cachãozinho que via de regra era sempre branco. Também uma porção de taquarinhas com bandeirinhas de papel colorido se faziam presente na mão das crianças. Uma vez sepultado as bandeirinhas eram fincadas em sima da sepultura. Pessoas de melhor posses, faziam um cercado de madeira ou de ferro, trabalho de serralheiro para demarcar o local. Em lugares mais interiorizado uma pilha de pedra também servia de demarcação. Algumas marcas feita com tijolos e uma cruz com o nome do falecido também se presenciava. As razões de tanto falecimento de crianças era o tétano. As parteiras cortavam o umbigo dos nenês com uma tesoura velha que não era desinfetada.Muitas vezes usadas para cortar unhas, asas de galinhas e trapos. A desidratação também era fatal. Moscas paravam em sima dos alimentos aos bandos. E ainda mais agravante é que quase ninguém tinha patentes...O local era umas malhas de mamonas e bananeiras atras de casa. A falta de higiene era horrível. As crianças ficavam grandinhos, meninos e meninas pelados brincando na terra do terreiro, onde cães e gatos, porcos e as vezes cavalos defecavam. A verminose matou muitíssimas crianças nesse brasil.Tinha crianças que davam ataques de bixas, punham lombrigas pela boca, nariz e até pelo ouvido. A falta de orientação médica e de remédios, agravava a situação. Benzeduras, simpatias, rezas para afugentar as bruxas eram comuns. Viver era quase uma seleção natural. Mulheres morriam em abundância de " família " como se dizia na época, devido a infecção pós parto.

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