HORLANDO JOSÉ RECK

                  HORLANDO JOSÉ RECK, UM HOMEM PÚBLICO QUE ATUOU COMO VEREADOR, SUB-PREFEITO, FUNDOU A COOPERATIVA DOS PRODUTORES AGRÍCOLAS, DEMARCOU AS RUAS DE TRÊS CACHOEIRAS. FOI UM HOMEM DE ESPÍRITO COMUNITÁRIO, LUTANDO SEMPRE PELO QUE LHE PARECIA JUSTO E CORRETO. QUEM NÃO CONHECE HORLANDO RECK?

                  HOJE NO CTG TAURAS DA TRADIÇÃO, QUEREMOS HOMENAGEÁ-LO POR AQUILO QUE POUCOS CONHECEM DESSE GAÚCHO.

                   HORLANDO NASCIDO EM 28 DE AGOSTO DE 1924, NATURAL DE MORRO AZUL, FILHO DE JOSÉ OTÁVIO RECK E MARIA MAGGI RECK

                    PROVENIENTE DE UMA FAMÍLIA NUMEROSA DE OITO IRMÃOS. CASOU-SE COM MARIA BORGES MODEL E DESTA UNIÃO TIVERAM OITO FILHOS: LUCIA, CARMEM, MIRIAM, LIA HÉLIO RICARDO, MAIRA, HORLANDO ROBERTO E LUCIANITA.

                   ESTUDOU ATÉ 12 ANOS E, QUANDO ESTAVA EM FÉRIAS GOSTAVA DE ACOMPANHAR SEU PAI NAS TROPEADAS. SUA PRIMEIRA VIAGEM FOI AOS NOVE ANOS NA COMPANHIA DE SEU JOAQUIM, TENDO COMO LEMBRANÇA DESTA DATA A COMEMORAÇÃO DA FESTA DA UVA EM CAXIAS DO SUL, ONDE AVISTOU, FASCINADO, A PRIMEIRA RODA GIGANTE, QUE ERA A MAIOR ATRAÇÃO DA CIDADE.

                   NO FINAL DE SEUS ESTUDOS, AOS TREZE ANOS, ASSUMIU A PROFISSÃO DE TROPEIRO MASCATE, QUE NÃO ERA TAREFA FÁCIL, TINHA DE ENFRENTAR UMA DAS MAIORES DIFICULDADES, DEIXAR SEUS FAMILIARES SEM COMUNICAÇÃO AO LONGO DE  QUINZE DIAS, AVENTURANDO-SE DO GANHA PÃO E PRESTANDO DESTA MANEIRA UM DESTEMIDO E VALOROSO SERVIÇO A FAMÍLIA E A COMUNIDADE.

                     MENSALMENTE, DESLOCAVA-SE DE MORRO AZUL A SERRA GAÚCHA COM A TROPA DE 15 MULAS, PUXADOS PELA ÉGUA MADRINHA AO SOM DO CINCERRO BADALANDO, LEVANDO SUAS BRUACAS COM MANTIMENTOS, UTENSÍLIOS DE COZINHA E ROUPAS. E ASSIM SEGUIA POR TRILHAS ABERTAS A CASCOS DE MULAS, ENTRE OS CAMPOS, DELINEANDO ESTRADAS.

                      O TRAJETO ERA EXAUSTIVO E SOLITÁRIO, FORMADO POR TRILHAS ESTREITAS, ENTRE PAREDÕES E PRECIPÍCIOS, QUE EXIGIA MUITA PAIXÃO, SEGUIR A PASSO DE MULA O DIA INTEIRO, SEGURAMENTE ESTAVA SENDO TESTADO A DETERMINAÇÃO E A GARRA DO TROPEIRO GAÚCHO. EM CONTRAPONTO, O SENTIMENTO DE LIBERDADE AFLORAVA QUANDO AVISTAVA OS LINDOS CAMPOS VERDES, OS LOBOS-GUARÁS OS GRAXAINS E OS VEADOS, TORNANDO MENOS ÁRDUA A TAREFA.

                      PARA SUA ALIMENTAÇÃO CARREGAVA O FEIJÃO, ARROZ, FARINHA DE MILHO, CHARQUE, QUEIJO E PÃO. AS REFEIÇÕES ERAM FEITAS NO VERDADEIRO FOGO DE CHÃO. E O CAFÉ DE CHALEIRA PREPARADO COM O TIÇÃO, ACOMPANHADO DO ARROZ CARRETEIRO. LEVANDO CONSIGO ARMAS, QUE SERVIAM PARA SUA PROTEÇÃO E TAMBÉM UTILIZADA PARA CAÇA DE VEADO, CAPIVARAS E AVES COMO O JACU QUE SUPRIAM SUA ALIMENTAÇÃO.

                      AO FINAL DO DIA, INTERROMPIA A MARCHA ARA O POUSO. INSTALAVA-SE  PERTO DE CAPÃO DE MATOS E RIACHOS, EM BARRACAS DE CAMPANHAS, ONDE DORMIA SOBRE OS PELEGOS, E O LOMBILHO TRAVESSEIRO.

                      ESSE SERVIÇO PRESTADO POR HORLANDO REPRESENTOU MUITO PARA NOSSA ECONOMIA, COM O TRANSPORTE NO LOMBO DE MULAS INTERLIGANDO SÃO MARCOS, ANTÔNIO PRADO, FLORES DA CUNHA E CAXIAS DO SUL E A NOSSA REGIÃO, INCREMENTOU A PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA, ESTIMULOU A INDUSTRIA ARTESANAL AMPLIOU O COMERCIO E GEROU EMPREGOS.

                      O INTERCÂMBIO DO MERCADO SE DAVA COM A BANANA E A CACHAÇA PRODUZIDA NA REGIÃO, SENDO LEVADA PELAS MULAS EQUIPADAS COM CESTOS DE TAQUARAS, TRAZIAM QUEIJO, VINHO E FARINHA DE TRIGO PARA O CONSUMO LOCAL. A CIDADE PRINCIPAL ERA FLORES DA CUNHA.

                       AOS 21 ANOS FOI PRESTAR SERVIÇO MILITAR, E NO SEU RETORNO JÁ NÃO ERA MAIS RENTÁVEL CONTINUAR COM O TRABALHO DE TROPEIRO, POIS O AVANÇO DA INDUSTRIALIZAÇÃO PELO INTERIOR, TROUXE O CAMINHÃO COMO TRANSPORTE RÁPIDO E MENOS DESGASTANTE.

                       

                       A SUA VIVÊNCIA COMO TROPEIRO FOI INTENSA, JUNTAMENTE COM SUA MEMÓRIA INIGUALÁVEL  FEZ DELE UM GRANDE CONHECEDOR DESTES PAGOS SERRANOS. E OS VÍNCULOS CULTURAIS E AFETIVO ESTABELECIDOS NESTA ÉPOCA, MARCARAM ATÉ O DIA DE HOJE.

                        HORLANDO ESTÁ SENDO HOMENAGEADO POR SER UMA HISTÓRIA VIVA DE UM PASSADO DE OUTRORA. HISTÓRIA ESTA CONSTRUIDA POR ELE E QUE PERTENCE A TODOS NÓS.

                         BRAVOS HOMENS TROPEIROS GAÚCHOS NÃO TIVERAM OPORTUNIDADE EM VIDA DE NOS LEGAR TODO ESSE SEU CONHECIMENTO, PRESTANDO 

ASSIM UM GRANDE SERVIÇO A HISTÓRIA E A CULTURA RIO GRANDENSE, DOS GAÚCHOS.